Libelinhas no Rio

Quando analisamos a vida e obra dos nossos maiores criadores literários, chegamos quase sempre a uma teoria: a produção e a sua qualidade estão geralmente associadas a um miserabilismo sentimental. Felizmente, na Xocarau esse nunca foi o caso, mas verdade seja dita, que desde sexta-feira não houve mais publicações em dois dos principais blogs portugueses. Será um bom sinal?
Como empresa inconformista e desalinhada dos exemplos passados, gostamos de escrever sobre as coisas agradáveis, sorrir com os leitores e não dramatizar as sombras da existência, já de si inevitavelmente efémera.
Sugerimos o seguinte exercício, no recato de um qualquer lar ou na agitação permissiva – apreciar o que temos e que talvez não estejamos a valorizar devidamente, saborear os momentos sem saudosismo mas como cultura só nossa, ver nas perdas uma evolução natural e reter o que aprendemos como forma de perpetuação, avaliar os afastamentos dos que gostamos como uma porta aberta num outro local onde nos esperam com agrado, e o que mais vos convir…
De facto, que há de melhor do que ter um livro para ler e não o fazer, sonhando acordado e sem preocupações exageradas de posse em relação ao que temos nem ao futuro – qual é o melhor sítio onde a corrente do rio nos leva?
É… também sinto libelinhas no estômago.