segunda-feira, agosto 14, 2006

Melhor do que as férias

Tal como o estrear de um caderno em branco ou o abrir de um maço de tabaco, assim contemplo os próximos dias. Hoje é o último dia antes das férias e saboreio os passeios de bicicleta, momentos no Sahara, lugares escondidos do Ribatejo com passeios de barco, paraísos recém descobertos do Gerês e uma casa de aldeia para finalmente colocar habitável.

Espero não dormir tanto quanto preciso...

quarta-feira, agosto 02, 2006

Post Longo e Chato Sobre a Crise no Médio Oriente

O Blog de Pacheco Pereira é o role model para milhares de políticos de sofá. Não que JPP seja um político de sofá.

Ele é mediático, famoso, respeitado e isso é o que os meninos que eu imagino com cabelinhos à f...-.. ou pins do Che imitam como salmões a subir o rio para a desova.

Não vejo mal algum a chegar ao Mundo pelo facto de as crianças terem ídolos. Acho que é até motivo de satisfação ver que temos despoletadores de consciências e que a natureza humana está des(p)erta. Todos temos influências e isso é salutar e natural. O que me causa algum repúdio é a vertigem pelo desequilíbrio.

Não é possível ser sensato e evoluir uma linha de raciocínio sem ter uma facção política? Estes blogs deveriam terminar em blogspot.com.buffalo.

Israel tem todo o direito de se defender. É isso que fazem quando arrasam cidades, vias de comunicação e estilhaçam em pedaços os civis (pessoas) que já inteiras eram mais de 500. Segundo estes iluminados, as organizações terroristas dizem às pessoas para entrar aos magotes para estes edifícios antes das bombas caírem. Questiono qual terá sido o jornalismo de investigação que chegou a esta (in)conclusão.

«Antes de um ataque em Gaza a edifícios que continham armas do Hamas e de outros grupos, o exército israelita advertiu os residentes por telefone uma hora antes dos raides.» (in kontratempos)

Eu dispensava-me de comentar esta frase e as desculpas (ou será deskulpas?) esfarrapadas que proporciona. Se alguém ligar para sua casa a dizer que daqui a uma hora vai tudo pelos ares, não se admire – isso é o Exército da Terra Prometida (o Sião).

Já os canhotos vermelhos, que têm uma equipa de tertúlia igualmente porreiraça, também vêem os infelizes e oprimidos povos islâmicos como indefesas vítimas do poderosa e financeiramente armado lobby do petróleo americano. Faz-me lembrar os pequenos delinquentes da minha escola secundária, que pegavam em pedras se eu lhes segurava o braço quando queriam roubar-me a carteira (porque “eles não têm corpo, têm de se defender”). Eu gostava de ver onde estava Israel se a força estivesse do outro lado...

Se a diplomacia mais tradicional vigorasse, estaríamos neste momento a assistir a confrontos sangrentos entre as facções xiitas e sunitas, para o que bastava pagar a um adepto de Muawiyah para explodir com um grupo de seguidores de Ali. Vendíamos-lhe as armas e impedíamos que fossem ameaça para nós. Como na música da Asian Dub Foundation, keep your friends close, but keep your enemies closer.

É Guerra, é Guerra… Como alguém disse, o que me preocupa não são as acções dos maus mas a passividade dos bons perante elas. E os bons têm cú.