sexta-feira, novembro 24, 2006

outra greve de alunos na terça-feira?

Caríssima rapaziada,

Já sabemos que vai haver uma "greve de alunos que surpreenderá professores e ministério" na próxima terça-feira.

Só uma questão:
- Se a principal razão são as aulas de substituição, não faria mais sentido fazer greve às ditas cujas? Só uma ideia... Se ninguém lá pusesse os pés, com a mesma organização informal e semi-secreta que utilizam, talvez fosse melhor.

Mas eu ainda sou do tempo em que na falta de um professor, a seguir ao segundo toque se seguia uma ordeira gritaria pelos corredores fora.

quinta-feira, novembro 23, 2006

gLoBaLiZaÇãO

De volta ao nosso lindo Portugal esperava aquecer o coração com a nossa simpatia depois de uns dias a quase 0ºC passados com pouca roupa.

Chegado ao taxi, dou as boas noites e pergunto se me pode levar até à minha morada. A resposta foi o silêncio. Não sinto grande empatia por conversas de taxi mas quando estava a chegar perto de casa perguntei:
- Conhece a zona? São uns prédios novos ali na esquina...
- Aqui não moraba eu! Conhexo isto muito beim...
(F...-.., que simpatia! E que maravilhoso sotaque de Viseu)
[...]
- São 6,.. euros.
- Passe-me uma factura, por favor. Tenho por aqui uma moeda mas agora só saiem libras... (estúpida explicação no âmbito das mal-amadas notas de 20 euros por parte dos taxistas)
- Fica para a próxima bez...
- Como?
- A empreja paga num é?
- A empresa paga aquilo que entende que deve pagar. O resto é por minha conta.
- Pois... As cerbeijas não... Se eu mandaxe isto lebaba uma bolta...
- Sim, mas não manda, não é...
- A culpa é dos jobens. A engraixar ojs patrõies... Portugal é o país mais corrupto da Europa! Eu conheço muito beim o estrangeiro. Corri tudo - estou à bontade para falar.
(oh por favor, esteja à vontade - está a ser um prazer)
- Tibe muintos conbites de emprejas de cá. (gesto de desprezo profundo atirado na minha direcção). Comigo era tudo borda fora! Não xenhor... ando aqui como eu quero...
Não me orgulho do que disse em seguida, mas creio que o cavalheiro que me deu boleia até à minha barraca, pescou do Mundo, que conhece como a palma da mão, o que havia de pior e juntou-o a bordo de um taxi. Sem barba nem toalha enrolada à cabeça, mas com a amistosidade do nosso aliado histórico.