Libelinhas no Rio

Quando analisamos a vida e obra dos nossos maiores criadores literários, chegamos quase sempre a uma teoria: a produção e a sua qualidade estão geralmente associadas a um miserabilismo sentimental. Felizmente, na Xocarau esse nunca foi o caso, mas verdade seja dita, que desde sexta-feira não houve mais publicações em dois dos principais blogs portugueses. Será um bom sinal?
Como empresa inconformista e desalinhada dos exemplos passados, gostamos de escrever sobre as coisas agradáveis, sorrir com os leitores e não dramatizar as sombras da existência, já de si inevitavelmente efémera.
Sugerimos o seguinte exercício, no recato de um qualquer lar ou na agitação permissiva – apreciar o que temos e que talvez não estejamos a valorizar devidamente, saborear os momentos sem saudosismo mas como cultura só nossa, ver nas perdas uma evolução natural e reter o que aprendemos como forma de perpetuação, avaliar os afastamentos dos que gostamos como uma porta aberta num outro local onde nos esperam com agrado, e o que mais vos convir…
De facto, que há de melhor do que ter um livro para ler e não o fazer, sonhando acordado e sem preocupações exageradas de posse em relação ao que temos nem ao futuro – qual é o melhor sítio onde a corrente do rio nos leva?
É… também sinto libelinhas no estômago.
3 Comments:
Diz-me. Onde é o melhor sítio que a corrente nos leva? Porque a mim a corrente parece que leva tudo o que tenho de bom para longe e quanto mais nado menos consigo alcançá-las.
Diz-me o segredo, para encontrar essa fluidez de sentimentos que te permitem escrever coisas como saborear momentos sem saudosismo ou sem preocupações de posse sobre o que temos ou quanto ao futuro.
Corto Maltese, quase me conseguiste convencer que a felicidade está ali ao virar da esquina. Parabéns por isso e pelo resto.
Companheiro de tantas aventuras...
A corrente deixa-nos sempre em sítios diferentes. Mas, quando parecer que a margem te agrada, tenta agarrar algo e iça-te.
Vejo-te pelo mundo,
Corto
Então o segredo está em deixarmo-nos ir pela corrente em vez de nadar, dizes tu..
O que questiono é quando sabemos que a margem nos agrada (não será que pelo erro qualquer margem nos possa parecer uma ilha de sonho?
E COMO FAÇO PARA ME IÇAR?
Retóricas as perguntas; por mais sábio, meu amigo Corto, não sei se as poderás responder...
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