sexta-feira, setembro 08, 2006

Manifesto anti-saco-de-água-quente


Quem nunca dormiu com um saco-de-água-quente? Ou botija, botijinha como preferirem. Existem as versões high-tech com enchimento de sílica, que quando se liga à corrente eléctrica aquece mas o modelo eterno, o clássico que vinga é o literal saco-de-água-quente. Um nome despretensioso, directo ao assunto. Não prima pela originalidade mas reflecte precocemente uma tendência cada vez mais óbvia para o minimalismo.

A invenção deste artefacto não prima pela genialidade mas transpira pragmatismo. Suar é sem dúvida uma actividade que se pode associar a este saco. As variações térmicas que induz durante uma noite de sono são elevadas - não me parece confortável que se comece a noite a tirar desesperadamente cobertores da cama para se acordar passadas 3 horas a tiritar.

Eu penso que o objectivo do animal que se anicha aos nossos pés ao fundo da cama é quebrar o gelo. Nas casas frias de pedra xistosa, onde o vento sibila por entre frestas agrestes, nos entrecorta a alma e nos gela os lençóis isso será conveniente. A minha ideia, embora não seja um especialista da morfologia da construção civil portuguesa actual, é que as casas já não são, regra geral, assim.

Sempre me insurgi quando animais, pelos quais não nutrisse um afecto muito especial, se enfiassem na minha cama. Como não sinto um especial afecto por aquele bichinho com pele de borracha e pêlo de nylon, prefiro não ter a sua companhia quente à noite nem a sensação de acordar com um cadáver aos pés.

1 Comments:

Blogger Macambúzia Jubilosa said...

Isso de acordar com um cadáver nos pés não está mesmo com nada...

Subscrevo este importantissimo manisfesto que irá concerteza mudar o curso da história da humanidade...

Abaixo os sacos-de-água-quente!!!

Onde tenho de assinar?

:)

8/9/06 11:54  

Enviar um comentário

<< Home