segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Pode ser que não...

Não sou filho de mãe cigana nem (de) marinheiro inglês.

Mas sou filho de uma Deusa e um Marinheiro Português.

Daí que, em conversa à mesa dos nossos estrategas, ainda em tenra idade, me tenha ficado a viva memória de estrategicamente o nosso perigo vir do Magreb. São os manuais navais, a velha e sábia desconfiança e uma casca dura impenetrável a buços sedosos que nos trazem desde há muito a crónica de uma cáfila magrebiana anunciada.
Não se confunda o caro leitor. Não se trata de racismo, uma vez que somos da mesma raça. Permitam-me o... regionalismo. A frente polisário fica mesmo aqui por baixo - o Sahara Ocidental é como a moamba: coze em lume brando, e o ódio fica mais apuradinho. Ora, nestas gentes, sabemos o apetite para o exagero de condimentos.
Daí que, a penetração da Al-Qaeda se vá estendendo pelo Sahara e chegue quase de certeza a um Sahara Ocidental profundamente divido entre um poder Marroquino com palmadinha francesa e uma FP recebida por Inglaterra e tolerada em Espanha.
Acho que agora é uma corrida entre a subida do nível das águas e os camelos, que têm a vantagem de já se terem infiltrado há muito pela nossa côrte.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Norte & Sul

Pré-Conceitos:

No Norte não se come melhor.
No Norte não se trabalha mais.
No Norte as pessoas não são mais simpáticas.

Mas...

No Norte qualquer café tem fabrico caseiro de qualquer coisa deliciosa.
No Norte a comida é mais barata (do que em Lisboa).
No Norte há mais Serras e mais cursos de água.

E... afinal de contas até agora comi sempre bem (tripas não se considera comida) e as pessoas foram todas simpaticíssimas.

IIRRRRIITTAANNTTEE

Haverá algo mais irritante do que discutir com alguém que nos repete algo até à exaustão?

"Não, Sotor, não é assim... não é assim... não é assim... não é assim... mas não é assim sotor... não é assim (...)".

Em matéria de coisas que me irritam, esta é uma das mais eficazes!

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Mais um bigode...


O INOV-JOVEM – Jovens Quadros para a Inovação nas PME é um Programa desenvolvido no âmbito do Plano Tecnológico, que apoia a inserção, em pequenas e médias empresas, de jovens com idade até aos 35 anos, com qualificações de nível superior em áreas críticas para a inovação e o desenvolvimento empresarial. Consubstancia dois tipos de apoios:
· A promoção de estágios profissionais, complementados ou não por formação, em que é comparticipada a bolsa de estágio e incentivada a posterior contratação;
· O apoio específico à celebração imediata de contratos individuais de trabalho. Dirige-se a PME empenhadas em processos de inovação e desenvolvimento empresarial, em particular aquelas que visam ganhar e reforçar posições na produção de bens e serviços transaccionáveis.

A ideia parece-me naturalmente boa na sua essência (boas intenções) mas tem o problema mais comum no governo do nosso país: a falta de controlo. Segundo estatísticas divulgadas recentemente e a que tive acesso através da TSF, apenas cerca de 10% dos jovens licenciados continuam nas empresas após o período de 12 meses em que o Estado subsidia a 50% a sua integração, o que me leva a concluir que esta é uma excelente oportunidade para ter mão-de-obra portuguesa, especializada e barata.

De fonte próxima fiquei a saber que existem tutores para estes jovens licenciados. A sua actividade consiste num certo apoio, dicas e contactos em caso de necessidade. Este é um modelo que vem de resto de algumas empresas americanas. Trabalhei numa multinacional americana e, se bem me lembro, em 9 meses tive uma conversa de circunstância com o meu tutor (Counselor) que se me vir na rua com certeza nem pestaneja - nem eu. A questão é no caso do Inov Jovem há a inovação de pagar aos tutores 6000 euros por ano.

Não se pense contudo que esta é uma tarefa que requer tempo, esforço, dedicação e empenho. O tutor desta minha fonte (fonte em todos os bons sentidos) mantém sem problemas o seu emprego e, graças às usuais redes de contactos semi-mafiosas, é tutor de 12 jovens. Como este senhor é formador, e os formadores são pagos neste programa a peso de ouro - como soube através de um formador - naturalmente temos formadores/tutores a cruzar os céus do universo dos programas de fomento público.

Naturalmente a falta de informação faz-nos desvalorizar o despesismo: "Não faz mal termos 53 rotundas de 7 faixas na aldeia porque são comparticipadas pela UE. O presidente está só a aproveitar os fundos". Os fundos são pagos pelos Estados Membros. Para além disso, como devia ser óbvio, as comparticipações são bastante diferentes de 100%. Neste caso também estamos a usar o Programa Prime…

Portugal - um exemplo na Europa

Depois de anos sem assumir um lugar de destaque, eis que Portugal aparece referenciado num recente relatório europeu como o pior aluno da zona Euro.

Sempre ligámos a Europa ao resto do mundo. O pior(.) É que temos um nível de consumo ao nível dos países nórdicos e uma produção ao nível de Marrocos.

Os números ligados ao sobreendividamento das famílias faz erguer sobrancelhas a um jogador de póquer. O que eles não sabem é que as declarações por cá também não são propriamente os 100%...

As finanças públicas são... públicas: cada um tira um pedacinho.

Et coetera e dejá vu - somos um exemplo ao nível europeu... a não seguir.

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Contextos...

TSF em 18/Dez/06

(...) graças a esta iniciativa do centro prisional de [...] este detido, a cumprir pena por tráfico de droga, pôde agora regressar ao trabalho(...)

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Rapidinha porque tenho de ir para o comboio

Segundo um Eurobarómetro divulgado hoje, Portugal encontra-se entre o grupo de países com menos práticas de corrupção.

A dúvida instala-se: Quanto terão pago ao tipo que elaborou o estudo?

sexta-feira, novembro 24, 2006

outra greve de alunos na terça-feira?

Caríssima rapaziada,

Já sabemos que vai haver uma "greve de alunos que surpreenderá professores e ministério" na próxima terça-feira.

Só uma questão:
- Se a principal razão são as aulas de substituição, não faria mais sentido fazer greve às ditas cujas? Só uma ideia... Se ninguém lá pusesse os pés, com a mesma organização informal e semi-secreta que utilizam, talvez fosse melhor.

Mas eu ainda sou do tempo em que na falta de um professor, a seguir ao segundo toque se seguia uma ordeira gritaria pelos corredores fora.

quinta-feira, novembro 23, 2006

gLoBaLiZaÇãO

De volta ao nosso lindo Portugal esperava aquecer o coração com a nossa simpatia depois de uns dias a quase 0ºC passados com pouca roupa.

Chegado ao taxi, dou as boas noites e pergunto se me pode levar até à minha morada. A resposta foi o silêncio. Não sinto grande empatia por conversas de taxi mas quando estava a chegar perto de casa perguntei:
- Conhece a zona? São uns prédios novos ali na esquina...
- Aqui não moraba eu! Conhexo isto muito beim...
(F...-.., que simpatia! E que maravilhoso sotaque de Viseu)
[...]
- São 6,.. euros.
- Passe-me uma factura, por favor. Tenho por aqui uma moeda mas agora só saiem libras... (estúpida explicação no âmbito das mal-amadas notas de 20 euros por parte dos taxistas)
- Fica para a próxima bez...
- Como?
- A empreja paga num é?
- A empresa paga aquilo que entende que deve pagar. O resto é por minha conta.
- Pois... As cerbeijas não... Se eu mandaxe isto lebaba uma bolta...
- Sim, mas não manda, não é...
- A culpa é dos jobens. A engraixar ojs patrõies... Portugal é o país mais corrupto da Europa! Eu conheço muito beim o estrangeiro. Corri tudo - estou à bontade para falar.
(oh por favor, esteja à vontade - está a ser um prazer)
- Tibe muintos conbites de emprejas de cá. (gesto de desprezo profundo atirado na minha direcção). Comigo era tudo borda fora! Não xenhor... ando aqui como eu quero...
Não me orgulho do que disse em seguida, mas creio que o cavalheiro que me deu boleia até à minha barraca, pescou do Mundo, que conhece como a palma da mão, o que havia de pior e juntou-o a bordo de um taxi. Sem barba nem toalha enrolada à cabeça, mas com a amistosidade do nosso aliado histórico.